O controle da leishmaniose depende da prevenção e dos cuidados que você dever ter com seu amigo
Muito conhecida em zonas rurais e litorâneas, a leishmaniose começa a marcar presença também nas áreas urbanas. A doença é grave, não tem cura e o cuidado é essencial.
Nesse momento, o mais importante é conhecer a leishmaniose, saber como tratá-la e que atitudes tomar para manter o mosquito bem longe.
O que é leishmaniose
Com o nome popular de calazar, a leishmaniose é uma doença que pode ser desenvolvida em animais e humanos e causada pelo protozoário parasita chamado Leishmania.
Em raríssimos casos, ela também pode se desenvolver em gatos, sobretudo se eles estiverem com o sistema imunológico enfraquecido.
Esse parasita é transmitido por meio da picada do flebótomo, mais conhecido como mosquito-palha.
No ciclo da doença, o mosquito atua como vetor. Ele se alimenta do sangue infectado pelo protozoário e dissemina para outros hospedeiros. A única forma de contrair leishmaniose é pela picada do mosquito.
Dependendo da forma como ela se desenvolve, a doença pode ser de dois tipos:
Leishmaniose tegumentar
causa lesões em forma de nódulos e úlceras na pele. Pode atacar principalmente as mucosas do nariz e da boca, mas pode acometer qualquer região da pele do animal
Leishmaniose visceral
Afeta as vísceras, ou seja, os órgãos internos, como fígado, baço, gânglios linfáticos, rins, olhos e medula óssea.
Sintomas de leishmaniose em cães
Nem sempre os sintomas surgem assim que o animal contrai a doença. O cão infectado pode levar meses ou até anos para apresentar indícios da doença.
Geralmente, os primeiros sintomas são o emagrecimento e lesões na ponta das orelhas e perto dos olhos.
Alguns animais apresentam descamação cutânea, o que pode dificultar o diagnóstico porque pode ser confundido com algum tipo de dermatite causada por fungo.
Outra marca muito característica da leishmaniose é o crescimento anormal das unhas.
Os animais infectados também podem apresentar artrite, identificada, principalmente pela dificuldade de locomoção por meio das patas traseiras.
Febre, anemia em cachorro, insuficiência renal e hepática, feridas que não cicatrizam e perda de pelo também são sinais da doença.
Diagnóstico da Leishmaniose
Existem vários exames que são complementares para o diagnóstico preciso da leishmaniose.
Geralmente, ao desconfiar que o cão pode ter contraído a doença, o médico veterinário realiza o teste rápido no próprio consultório.
O teste, conhecido como triagem, é feito com uma pequena amostra de sangue e o resultado fica pronto em 20min. Caso o resultado seja positivo, é necessário que sejam feitos outros exames.
A avaliação citológica da medula óssea, biópsia da pele, hemograma e avaliação das funções renais e hepáticas são capazes de revelar com maior precisão a presença da doença e o quanto ela se desenvolveu.
O veterinário é o único profissional que tem competência para confirmar ou descartar a doença após todos os exames terem sido feitos.
É importante mencionar que, nem sempre, o teste de triagem pode revelar se a doença foi instalada porque isso depende da carga parasitária no organismo. Por isso, a avaliação global do paciente deve ser levada em consideração.
Tratamentos para Leishmaniose
As formas de tratamento para combater a leishmaniose e proporcionar melhor qualidade de vida ao pet atuam, principalmente, na diminuição da carga parasitária.
O tipo de tratamento depende das condições em que o cão se encontra e da maneira como ele vai reagir à medicação.
Pode ser que um conjunto de remédios que se complementam seja prescrito para tratar os sintomas.
Assim, remédios para combater anemia, shampoos específicos, medicamentos para estimular a cicatrização da pele, vitaminas e medicamentos para artrite podem ser receitados a depender do quadro do seu amigo.
Além desses medicamentos, existe um remédio que foi criado para tratar a leishmaniose em cães e que foi liberado para comercialização no Brasil em janeiro de 2017.
Independente da origem da medicação, é importante lembrar que ela só pode ser prescrita por orientação do veterinário.
É extremamente necessário que ele acompanhe o animal ao longo de toda a sua vida.
Exames para quantificar a carga parasitária, identificar as funções renais e hepáticas e hemograma devem ser feitos periodicamente e fazem parte do tratamento.
Proteja seu amigo contra Leishmaniose
Combater a leishmaniose deve ser uma prática coletiva e todos nós, independente de possuirmos ou não cães, somos responsáveis. Veja algumas atitudes que você pode tomar para criar um ambiente seguro:
Isole seu lixo
Mais importante do que barrar o mosquito, é impedir que ele se reproduza. A matéria orgânica é o ambiente ideal para a multiplicação do mosquito-palha.
Mantenha o lixo sempre tampado, caixas de compostagem bem fechadas e quintal limpo, sem resíduos de fezes de animais ou restos de alimentos.
Telas de proteção
O mosquito-palha é translúcido, quase imperceptível e minúsculo. Mantenha portas e janelas protegidas com telas ultrafinas.
Além disso, mantenha seu amigo dentro de casa entre 16 e 20h, esse é o horário em que o inseto vai em busca de alimento.
Coleiras específicas
Existem no mercado pet algumas opções de coleiras que são destinadas a repelir o mosquito-palha.
Converse com o veterinário que ele te orientará para que você adquira a que é melhor para seu cão.
Inseticidas e sprays
Estudos têm demonstrado que a inseticidas que possuem cipermetrina em sua fórmula são eficazes contra flebótomos.
Vacinação
Ela é feita após ser constatado que os exames clínico e sorológico forem negativos. O cachorro deve ter mais de quatro meses de vida.
O protocolo é de três doses da vacina num intervalo de 21 dias. A repetição é anual.
Contudo, é importante salientar que vacina não confere 100% de proteção; mesmo vacinado o animal pode ser infectado e se tornar reservatório e fonte de infecção para outros cães.
Repelentes naturais
Se você gosta de cultivar plantas, uma dica é plantar o capim citronela em seu jardim.
Ele repele os mosquitos que encontram nos adubos um lugar para reprodução.
É possível que a leishmaniose seja controlada se integrarmos essas medidas de combate ao mosquito.
O diagnóstico precoce possibilita melhor qualidade de vida ao seu pet porque evita que ela avance e deixe sequelas.
Nunca deixe de cuidar com todo amor e carinho de quem só proporciona alegria em sua vida. Leve-o sempre a consultas em uma clínica veterinária